data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Renan Mattos (Arquivo/Diário)
Luciano Bonilha Leão, um dos réus do Caso Kiss, realizou uma live no instagram, no começo da tarde desta quarta-feira. Ele estava acompanhado dos advogados Gustavo da Costa Nagelstein e Jean de Menezes Severo. A live ocorreu poucas horas depois do Ministério Público (MP) declarar ter provas efetivas para condenação e prisão dos quatro réus.
Durante a vídeo chamada, Bonilha falou "não ser um assassino, e que nunca teve a intenção de causar a morte de 242 pessoas":
- Eu não entrei lá para tirar a vida de ninguém. Não sou assassino, sempre trabalhei para ter uma sociedade melhor.
O advogado Nagelstein questionou a mudança do julgamento de Bonilha, que estava marcado para ocorrer em Santa Maria ainda em 2020. Ele argumentou que a sociedade santa-mariense teria melhores condições de julgar o caso.
- Afastaram para que a sociedade não julgue com o que sabe, ali (Porto Alegre) eles não têm conhecimento disso. Que a gente consiga contar ao jurado o que realmente acontecia em Santa Maria - disse a defesa.
Severo, o segundo advogado presente na live, mostrou-se preocupado com os 37 minutos que a defesa terá no julgamento, que ocorre no dia 1º de dezembro, no Foro Central I, em Porto Alegre. Ele considerou inviável falar por apenas 37 minutos e disse ter condições de esclarecer o posicionamento de Bonilha por 24 horas.
Já o réu comentou que pessoas "muitos maiores" deveriam estar no banco dos réus, e alegou que a boate deveria ter sido fechada antes da tragédia, assim como ocorreu com a boate do Diretório Central dos Estudantes (DCE). No mesmo sentido, Nagelstein alegou que o MP não cumpriu efetivamente com a função de fiscalizar o local.
- Por isso a boate não tinha extintor e nem saída de emergência. O Ministério Público solicitou obras sem saber do local. Essa foi a maior demonstração de burocracia que vi na minha vida - firmou o advogado.
O JULGAMENTO
- Quando e onde - Dia 1º de dezembro, no plenário do 2° andar do Foro Central I, em Porto Alegre
- Público - 86 lugares disponíveis para a plateia (56 para familiares, sendo 6 para não integrantes da AVTSM; 16 para acusados, sendo 4 para cada num dos réus, 12 para imprensa e 2 para o Ministério Público)
- Duração - Segundo o TJ estima-se que dure de 10 a 15 dias
- O juiz - Orlando Faccini Neto,44 anos, é formado pela Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo (São Paulo). É mestre em Direito Público pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) e doutor em Ciências Jurídico-Criminais pela Universidade de Lisboa (Portugal). Faccini ingressou na magistratura em 2001, na comarca de Jaguarão. Em 2004, assumiu a Vara Criminal de Carazinho e, em 2011, foi promovido para a comarca de Passo Fundo, também na área criminal. Em 2016, assumiu como titular do 1º Juizado da 1ª Vara do Júri de Porto Alegre. Durante o ano de 2016, também atuou no gabinete do ministro Felix Fischer, no Superior Tribunal de Justiça, em Brasília, quando auxiliou em julgamentos de recursos de processos da Operação Lava Jato